Algumas pessoas entendem as palavras vocação, ministério e profissão como sinônimos de propósito. Eu também pensei assim por muito tempo, e depois de bater um pouco a cabeça, aprendi que isso não é verdade. Na realidade, a sua vocação é apenas o seu trabalho, remunerado ou não. Ela é o que você se sente naturalmente inclinada a fazer. Ou seja, a sua vocação pode ser uma profissão ou um ministério. Ou os dois.
VO·CA·ÇÃO
Inclinação para qualquer atividade, ofício, profissão etc. Inclinação para o sacerdócio ou para a vida religiosa.
PRO·FIS·SÃO
Ofício para o qual uma pessoa se especializou.
MI·NIS·TÉ·RI·O
Ocupação, cargo, função ou serviço profissional.
Saber a diferença entre os três alivia um pouco do peso que se pode sentir quando a nossa profissão ou o nosso ministério não estão nos dando aquela “satisfação pessoal” que é tão prometida quando se fala em “viver seu propósito”.
Durante anos eu entendi, de forma errada, que o meu trabalho como advogada era o meu propósito. Mas, ainda que as minhas habilidades naturais me fizessem boa naquilo, o meu coração não queimava ali. A perspectiva de seguir a vida toda na advocacia entristecia muito o meu coração. (Falei mais sobre isso neste post aqui).
Naquela época eu não sabia que a minha vocação era apenas um dos meus chamados. Quando aprendi essa lição, parei de ver a minha profissão como a finalidade da minha vida e comecei a encará-la como uma ferramenta, um meio.
Como ferramenta, a minha profissão me ensinou a falar e escrever muito bem, me permitiu ter um sustento, me fez conviver com pessoas que me ensinaram a ser uma ótima profissional. Além disso, a minha profissão me deu a credibilidade necessária para alcançar um público que, de outra forma, não ouviria a minha mensagem.
Te conto tudo isso para que você entenda que a sua vocação é um dos chamados mais importantes da sua vida, assim como foi na minha. Sim, ela é importante, mas não deixa de ser apenas um dos seus muitos chamados. E chamados podem mudar ao longo da vida.
Vale ressaltar que a vocação não é limitada à uma profissão, afinal, nem todas as pessoas se sentem inclinadas naturalmente ao trabalho renumerado. Muitas mulheres, por exemplo, sentem que foram chamadas para cuidar dos filhos e do marido em tempo integral, e entendem que assim estão cumprindo o seu chamado. Outras se sentem chamadas a realizar missões, realizar trabalhos voluntários onde seu sustento vem de doações. Não existe uma regra.
Repito: a nossa vocação pode mudar com o tempo. E tudo bem!
Você pode ter diversas profissões, e da mesma forma, pode participar de diversos ministérios. Ainda, é possível que dentro da sua vocação ministerial, você passe também por diversas etapas. Em ministérios diferentes, servindo em áreas diferentes.
Uma última ressalva importante sobre o assunto: pode ser que você já conheça a sua vocação, mas ainda não esteja vivendo ela plenamente, em tempo integral. É importante que você entenda que existe um tempo para cada coisa.
Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.
Existirá uma etapa em sua vida quando você já terá maturidade e estabilidade financeira o suficiente para que se possa viver exclusivamente para o seu propósito (o que inclui a sua vocação). Você pode sonhar com isso e trabalhar em conjunto com o Senhor para alcançar esse sonho, mas dificilmente isso vai acontecer no início da vida. É absolutamente normal passar por esse período de crescimento. O próprio Jesus passou a viver integralmente para o seu ministério apenas a partir dos 30 anos. Se essa ainda não é a sua realidade, não deixe que isso seja uma frustração ou uma condenação na sua mente.
Lembre-se: a sua vocação é o seu trabalho, e este trabalho é, sem dúvidas, uma grande parte do cumprimento do seu propósito, mas ele é apenas o meio e não o fim.
Medite e Responda:
1. Quanto o assunto é vocação, qual você sente ser a sua inclinação natural?
2. Você sempre se sentiu desta forma ou este sentimento mudou com o tempo?
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